Segundo o IBGE, no primeiro trimestre foram abatidas 72,43 milhões de aves e 584 mil cabeças de suínos a mais que em igual período de 2019.
Impulsionados pela maior demanda chinesa por carnes, os números de abates de frangos e suínos foram recordes nos frigoríficos brasileiros nos três primeiros meses deste ano, segundo dados da Estatística da Produção Pecuária divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE). No caso do abate de bovinos, houve recuo mesmo em meio à demanda externa aquecida.
De acordo com a instituição, o abate de frangos em janeiro, fevereiro e março totalizou 1,51 bilhão de cabeças, resultado 5% maior do que nos primeiros três meses do ano passado (1,43 bilhão de cabeças) e atingiu o maior volume da série histórica, iniciada em 1987. O abate também cresceu 2,8% ante o desempenho último trimestre do ano passado.
A instituição aponta, ainda, que dos 25 estados com produção avícola, 17 registram elevação no número de abates e contribuíram para o acréscimo de 72,43 milhões de cabeças neste ano. Maior produtor nacional, o Paraná teve um aumento de 38,31 milhões de unidades.
Os números refletem a maior demanda chinesa ao Brasil no setor de carnes, por conta dos efeitos da pandemia do coronavírus nos países fornecedores, como os Estados Unidos, e também pela peste suína africana, que dizimou o rebanho do país asiático no último ano. “Portanto, eles tentam compensar a perda na sua produção interna com as carnes brasileiras”, explica o analista da pesquisa do IBGE, Bernardo Viscardi.
Suíno
No caso dos suínos, o volume de abate no primeiro trimestre foi de 11,88 milhões de cabeças, 584 mil cabeças (5,2%) superior ao mesmo período de 2019, que teve 11,2 milhões de cabeças. O resultado de abates da carne de porco também representa um recorde na série histórica, medida desde 1997.
Com 28,3% da produção nacional, Santa Catarina aumentou o número de abates em 352,09 milhões de cabeças suínas sobre 2019.
O resultado nos primeiros meses de 2020 é 0,2% menor do que nos últimos três meses de 2019, que teve 11,9 milhões cabeças.
Bovinos
Diferente das aves e dos suínos, o abate de bovinos recuou nos três primeiros meses do ano, mesmo em meio ao aumento nos embarques externos. Foram 7,25 milhões de cabeças ante as 7,92 milhões no primeiro trimestre de 2019, queda de 8,5%.
Os estados de Goiás e Mato Grosso puxaram a retração da produção bovina, com a redução de 157,6 mil e 120,7 mil cabeças, respectivamente.
Em outubro, novembro e dezembro do ano passado foram 8,08 milhões de cabeças bovinas, volume 10,2% maior do que os três primeiros meses de 2020.
“Vários fatores podem ter contribuído para essa redução, desde o consumo interno até as variações de preços. Um diferencial observado, por exemplo, foi que, devido à melhoria dos preços dos bezerros, os produtores de carne preferiram poupar as fêmeas do abate para que elas possam gerar mais bezerros. Isso reduziu o número de fêmeas abatidas em relação ao primeiro trimestre de 2019”, disse Viscardi, do IBGE.
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