Cavalo Mangalarga – bonito e funcional

Cavalo Mangalarga – bonito e funcional

Das raças eqüinas nacionais, duas delas têm a mesma origem. Por isso, uma é conhecida como Mangalarga e a outra como Mangalarga Marchador. Divergem estas duas raças, principalmente, devido ao objetivo a que se propuseram seus criadores no início da seleção. Enquanto os responsáveis pela seleção do Mangalarga procuravam um cavalo para trabalho e esporte, os responsáveis pela seleção do Mangalarga Marchador procuravam aperfeiçoar um cavalo de passeio. É interessante notar que tudo isso foi feito obedecendo à preferência dos criadores e tanto o tipo passeio como os representantes do tipo de trabalho têm a mesma origem e eram selecionados muitas vezes na mesma região.
 

Acredita-se que a razão desses critérios de seleção de uma mesma raça se deu devido a inclinações diferentes e atividades distintas dos criadores. Os amantes das caçadas e os que se dedicavam à pecuária, voltaram-se para o tipo eqüino mais próprio para esportes, ao passo que os que se dedicavam à agricultura optaram pelos animais marchadores.

Com o deslocamento de parte da família Junqueira para o Estado de São Paulo e sendo esta parcela amante das caçadas de veado campeiro, o principal núcleo de Mangalarga tipo esporte concentrou-se nesse estado (SP). Com a criação da Associação de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga, os criadores que orientavam a seleção de seus animais para tipo passeio, não concordando com a descrição do padrão da raça, principalmente no tocante ao andamento recomendado (marcha trotada), recusaram-se a se filiar a essa entidade.

Como já mencionado, o cavalo Mangalarga foi selecionado, inicialmente, levando-se em conta especialmente a ginástica funcional. Os reprodutores eram escolhidos entre os cavalos que mais se destacavam nas caçadas e entre os que tinham melhor desempenho nas longas caminhadas. Sem negar que sempre se procurou obter animais de conformação correta, entretanto, acreditava-se serem estas qualidades estéticas complementares das funcionais.

Com o decorrer do tempo, grandes modificações nos métodos seletivos foram sendo notadas. As longas caminhadas a cavalo e atividades como caçadas ao veado, diminuíram sua necessidade e freqüência. A seleção do Mangalarga passou a ser feita tomando-se como base os concursos das exposições de animais. Quanto mais premiado um reprodutor, tanto mais se valoriza e seus filhos são disputados, passando a padreadores em outras criações. Mas, se por um lado os novos métodos seletivos trouxeram um maior aperfeiçoamento das formas, por outro, não era possível se descuidar das qualidades funcionais, imprescindíveis na sua utilização.

 
Não poderia o cavalo basear a sua melhoria somente nos concursos de morfologia e superficiais exames dos atributos utilizáveis. Assim, com a finalidade de manter o cavalo fiel aos princípios seletivos que o originaram, a agora já chamada Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga resolveu instituir as provas funcionais, tentando reproduzir artificialmente as condições naturais de trabalho que o cavalo Mangalarga era submetido antigamente. A Associação concretizou tal intento, esperando que no futuro a alta pontuação nas provas funcionais fosse o maior galardão que um garanhão da raça pudesse ostentar.

Até hoje, os envolvidos com a raça se apóiam cada vez mais nessa premissa de ser o Mangalarga belo e funcional e que as exposições devem mostrar tanto a conformação quanto a funcionalidade, ressaltando as qualidades inerentes destes cavalos: beleza de formas, equilíbrio, docilidade, rusticidade, resistência e enfatizando seu maior diferencial que é o bom andamento, diagonalizado sem ser trote.

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18 de outubro de 2018 16:32

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