Com apoio do programa de Residência em IA, oferecido pelo Senai no Paraná, Integrada Cooperativa Agroindustrial aposta na tecnologia.
Atividades rotineiras comuns em agroindústrias podem ser otimizadas e resultar em melhoria da produtividade e eficiência com aplicação de Inteligência Artificial (IA). Esse tipo de tecnologia já está ao alcance de empresas, como a Integrada Cooperativa Agroindustrial, de Londrina (PR), que agora vem colhendo os frutos dos investimentos em inovação feitos no ano passado. Um trabalho realizado em parceria com o HUB de Inteligência Artificial do Senai no Paraná, por meio do programa de Residência oferecido pela unidade.
A partir de uma base de dados, como uma série histórica, é possível “ensinar” ao computador (um algoritmo) que ação deve ser realizada. Na prática, informações sobre o histórico de vendas, inadimplência, capacidade de crédito, medições da qualidade de grãos, podem ser utilizados para prever novos pedidos, potencial de não pagamentos, automatizar a análise de crédito ou parâmetros de umidade de grãos.
Mário Rafael Calzavara, consultor de Inovação do Senai, explica que, desde outubro do ano passado, os residentes do Senai estão trabalhando em soluções para gargalos identificados na cadeia de produção da Integrada. Duas entregas (sprints) já foram feitas, que dão subsídios para tomada de decisão em diversas áreas dentro da cooperativa.
O primeiro ponto crítico trabalhado foi a evasão de cooperados. A tecnologia consegue identificar quando eles estão se distanciando, antecipando e evitando esse processo. As próximas sprints vão apresentar soluções para outras dificuldades identificadas pela Integrada, como controle de fraudes e análise de áreas agricultáveis com fotos de satélites.
Felipe Couto, gerente de Inovação e Produtividade do Sistema Fiep, explica que, na multiplicidade de aplicações de IA, o Hub do Senai tem estimulado as cooperativas a definirem temas que deem resultados rápidos, como forma de estimulá-las a explorar todo o potencial que as empresas de tecnologia têm extraído.
“O uso de Visão Computacional para aumentar a produtividade de determinado talhão, gerando insumos para a definição do manejo é um dos exemplos. Outra oportunidade de ganhos rápidos é a identificação de anomalias que podem representar fraudes na medição da qualidade dos grãos ou características das sementes que influenciam diretamente da produtividade da fabricação de derivados se soja, por exemplo”, explica.
Calzavara, do Senai, conta que a Integrada chegou bem aberta para explorar a IA e agora está tendo resultados concretos, após alguns meses de trabalho. “Ainda temos mais entregas, mas já é possível observar que o projeto terá continuidade dentro da cooperativa e é justamente esse o nosso principal objetivo, fomentar que empresas de diferentes segmentos passem a utilizar cada vez mais a IA em seu dia a dia”, completa.
O gerente de Planejamento e Desenvolvimento da cooperativa, André Galletti Junior, conta que, no início, a ideia era apenas trazer o conceito de IA e aproximar as áreas de tecnologia e de atuação. “No entanto, os residentes começaram a trazer soluções prontas, funcionais, mercadológicas, para a gente testar. Sabemos que ainda precisam ser feitos alguns ajustes para colocar tudo isso em prática, mas a utilização da IA em nossa cooperativa agora já é uma realidade. Por meio dessa troca com a equipe do Hub, já começamos a trazer a expertise da IA para dentro da empresa”, comemora.
Segundo ele, a Integrada decidiu investir em IA para atender demandas “porteira para dentro”, para ganhar mais produtividade e rentabilidade para os cooperados, e “porteira para fora”, oferecendo maior excelência operacional nas entregas feitas pela cooperativa. “Antes de entrar no programa, estudamos muito as linhas de IA e IoT (Internet das Coisas) e avaliamos que a vertente da IA seria fundamental para nossa operação. Então, quando surgiu essa oportunidade, vimos que se encaixava muito bem com a nossa estratégia. E os resultados superaram muito a nossa expectativa”, conta.
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