Criação comercial de peixes
Quando alguém deseja iniciar uma criação comercial de peixes, deve levar em consideração, em primeiro lugar, as características ou preferências do mercado consumidor, pois de nada adiantará oferecer um ótimo peixe, bem adaptado à região, rústico e precoce, se a sua carne não for bem aceita no mercado. Isso pode acontecer por diversas razões, entre as quais o seu paladar, a sua consistência, macia ou não, a sua cor e quantidade de espinhos.
Além disso, outro fator importante para a aceitação do peixe no mercado consumidor é a sua apresentação, que pode ser fresco, refrigerado, congelado, defumado, salgado ou enlatado. É necessário, ainda, que ele seja conhecido do consumidor.
Pelos motivos expostos, a criação intensiva de uma ou mais espécies só deve ser iniciada após uma pesquisa de mercado, para que os seus produtos tenham uma boa aceitação, o que significa bons lucros. Naturalmente, o criador deve levar em consideração os custos e os benefícios que uma criação comercial de peixes poderá trazer pois, apesar de existirem milhares de espécies de peixes, são poucas que podem ser consideradas rentáveis, não só por suas próprias características mas, também, pelo desconhecimento de métodos adequados de criação. Outro fator da maior relevância, para se iniciar uma criação comercial, é a análise cuidadosa da concorrência.
Ambiente
De um modo geral, os peixes são classificados como de águas quentes ou de águas frias. Como a temperatura dos peixes é, praticamente, a da água em que vivem, há limites máximos e mínimos para o ambiente em que vivem, pois dele depende os graus de oxigenação da água, o que é de grande importância para os peixes. Quanto mais fria á a água, maior é o seu teor de oxigênio. Naturalmente, existem limites máximos e mínimos para essas temperaturas e o teor de oxigênio da água que, quando ultrapassados, podem até provocar a morte dos animais, devido aos distúrbios provocados em seu metabolismo.
As trutas, por exemplo, são peixes de águas frias, entre 10 e 20 ºC, que morrem se levadas para águas com mais de 20 ºC, pela falta de oxigênio, cujo teor é menor a essa temperatura e pelo aumento do metabolismo, que passa a necessitar de maior quantidade de oxigênio.
O tucunaré e outras espécies não suportam bem as quedas bruscas de temperatura, passando a ingerir muito menos alimento e ficando fracos. Em profundidades acima de 4m, eles resistem bem a temperaturas de 15 ºC, nos meses de inverno. Já a carpa comum é muito resistente, sobrevivendo a variações de 0 a 40 ºC.
Rusticidade
É uma das características mais importantes na escolha de uma espécie para a criação, porque significa a resistência dos peixes em todas as fases de crescimento, tanto em relação ao seu manejo quanto às doenças, mudanças de temperatura, oxigenação da água, etc. Dentre os peixes mais rústicos, podemos citar a carpa, a tilápia, o tambaqui e o pacu-guaçu.
Reprodução
Sem reprodução não há criação. Uma espécie animal só é considerada doméstica quando se reproduz em cativeiro, produzindo ovos e alevinos em grandes quantidades, como no caso dos peixes já mencionados.
Algumas espécies, porém, não se reproduzem naturalmente como, por exemplo, os peixes de piracema, cuja produção vem sendo feita com a hipofisação, que é uma técnica descoberta, desenvolvida e adotada no Brasil e que consiste, basicamente, no emprego de extrato da glândula hipófise ou hormônios sintéticos, em machos ou fêmeas perto da reprodução.
Precocidade
É a capacidade de os animais atingirem o mais rapidamente possível, o peso e o comprimento necessários para que possam ser comercializados, o que significa lucros mais rápidos. A carpa comum, por exemplo, atinge o peso de 1kg em 1 ano e a tilápia-do-Nilo, 300 a 500g, apresentando bons lucros, pois os seus custos com alimentação são baixos.
Superpovoamento
Quanto maior o número de peixes colocados em uma instalação, maior será o seu aproveitamento e maior a sua produção. Naturalmente, o número de peixes nela colocados deve ter um limite, para evitar um superpovoamento, que poderá causar alguns problemas, como o aparecimento de doenças, menor desenvolvimento dos peixes e canibalismo, principalmente entre os jovens, provocando sérios prejuízos.
Também o aumento de resíduos tóxicos pode ser resultado do excesso de peixes em determinada área, o que pode ser combatido com um aumento da vazão da água, o que concorrerá, também, para maior oxigenação.
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