Uma nova cultivar de cenoura desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pode aumentar a produtividade e facilitar o cultivo da raiz em sistemas orgânicos de produção. A cenoura BRS Paranoá, primeira cultivar do mercado nacional desenvolvida e validada exclusivamente para a produção orgânica, é recomendada para plantio no período do verão, época de entressafra das cultivares convencionais, o que abre uma janela valiosa de mercado.
O pesquisador Agnaldo Carvalho, da área de Melhoramento Genético da Embrapa Hortaliças (DF), explica que a BRS Paranoá é uma cultivar de polinização aberta que possui duas características fundamentais para a produção orgânica: a alta resistência à queima-das-folhas, principal doença da cultura, e o padrão de qualidade de raiz, com coloração laranja intensa, aspecto liso e formato bem cilíndrico”.
Segundo ele, as raízes da nova cultivar atendem também ao padrão comercial exigido pelo mercado consumidor: têm de 16 cm a 20 cm de comprimento e por volta de três centímetros de diâmetro. “Ou seja, não cabe mais o comentário sobre cenouras orgânicas serem pequenininhas. A BRS Paranoá tem uma raiz graúda e com ótima aparência visual”, diz o pesquisador.
Embora a produção nacional da hortaliça seja majoritariamente de cenouras híbridas cultivadas sob pivô no sistema convencional, os pesquisadores notam um interesse crescente da sociedade por alimentos seguros que não tenham risco de contaminação por produtos químicos não registrados para a cultura.
A produção de cenoura no sistema orgânico garante agregação de valor e, especialmente, maior competitividade para pequenos produtores, ainda mais por ser viável no verão, época que possui condições mais adversas para o plantio da raiz.
A cenoura BRS Paranoá é uma cultivar de polinização livre, o que acarreta em sementes de valor mais acessível aos produtores. Além disso, os pesquisadores também realizaram sua validação para a produção de sementes orgânicas. “A agricultura orgânica tem demandado sementes sem tratamentos químicos, e dificilmente será possível obter sementes orgânicas a partir de híbridos, até porque elas são importadas e para ingressar no país precisam apresentar garantia de sanidade”, comenta Carvalho.
O pesquisador observa que produzir semente de cenoura não é tarefa simples, especialmente no sistema orgânico em que não se pode usar herbicidas e há necessidade de mão de obra para a capina. A produção de sementes é uma atividade especializada que exige do agricultor conhecimento e investimento em infraestrutura. Atualmente existem empresas no mercado brasileiro que são especializadas em atender a essa demanda por sementes orgânicas, diz ele.
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