Em cerca de uma semana, o Canal Rural noticiou três crimes desse tipo; valorização da saca pode estar motivando os criminosos
Os preços da soja atingiram patamares recordes neste ano. Nas palavras da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a oleaginosa é “o ouro do agronegócio brasileiro”. No entanto, a valorização também tornou o produto visado pelos criminosos.
Apesar de a maioria dos crimes nem sequer chegar ao conhecimento da imprensa, o Canal Rural registrou três roubos ou desvios de cargas de soja em menos de uma semana.
O primeiro caso aconteceu no Paraná, na quarta-feira, 7. Duas carretas bitrem carregadas com soja foram roubadas, na região de Paranaguá. Os veículos foram encontrados no dia seguinte pela Polícia Militar, no município de Palmeira, e os bandidos foram presos enquanto passavam a carga para um outro caminhão.
Na quinta-feira, 9, um caminhoneiro pegou um carregamento de soja, avaliado em R$ 200 mil, em Rio Verde (GO), e desapareceu por 24 horas. Quando apareceu, em Bom Jesus de Goiás, o motorista alegou que tinha sido roubado. Mas os policiais civis do estado não acreditaram na história contada. Após uma investigação, descobriram que se tratava de um caso de estelionato.
O caminhoneiro era membro de uma quadrilha especializada em roubo e desvio de cargas. Além de motoristas, os bandidos contam também com intermediadores e receptadores, todos ligados a plataforma de contratação de fretes por aplicativos.
Já na terça-feira, 13, a Polícia Militar de Mato Grosso prendeu um homem suspeito de integrar quadrilha que desvia cargas no estado. Com ele, foi recuperada uma carga de aproximadamente 85 toneladas de soja, avaliada em R$ 300 mil.
Os policiais receberam a informação de que o caminhão com a soja estaria em um posto de combustível, em Rondonópolis, e passaram a seguir o motorista. O suspeito entrou no veículo e dirigiu até um barracão, onde foi abordado na manhã seguinte.
Questionado pelos agentes, o suspeito que estava no local disse que faz negócio com dois suspeitos que têm a função de mandar a carga desviada para ele, e ainda mencionou uma terceira pessoa que seria responsável pela nota fiscal. Segundo o responsável pelo barracão, a carga avaliada foi comprada por R$ 160 mil e seria repassada.
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