Segundo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, pandemia levou governo a aumentar recursos destinados à agropecuária.
Com um volume recorde de R$ 236,3 bilhões, o Plano Safra 2020/2021 projetado no início do ano previa queda no montante de recursos destinados ao financiamento do setor agropecuário do país, mas foi reajustado após a pandemia de Covid-19. De acordo com o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, a queda da taxa básica de juros e as boas perspectivas para a economia brasileira no final de 2019 e início de 2020 vinham permitindo que os produtores encontrassem linhas de crédito privadas a juros competitivos e, em alguns casos, abaixo do oferecido pelo governo na época – cenário que mudou com a chegada do novo coronavírus no país.
“Se não fosse a pandemia, certamente teríamos anunciado um Plano Safra menor que o ano anterior”, apontou Sampaio. Segundo ele, a trajetória da economia vinha permitindo que o governo concentrasse esforços nas linhas de financiamento de pequenos e médios produtores, que seriam as únicas a obter aumento de recursos este ano, se não fosse a pandemia de Covid-19. “Ironicamente, se nada disso tivesse acontecido, haveria mais dinheiro para o Plano Safra e não seria necessário. Mas agora, mesmo com a queda na arrecadação, o governo viu a necessidade de voltar a ter um plano safra grande mesmo para os produtores maiores”, explica o secretário.
Com isso, o Ministério da Agricultura voltou a incluir medidas para setores como cana-de-açúcar e algodão, além de capital de giro para cooperativas que vinham obtendo boas condições de financiamento a juros de mercado. “No caso do etanol, se tivesse havido essa queda de preços, mas sem a pandemia, o pessoal conseguiu se financiar por conta própria. Mas agora não consegue”, reconheceu Sampaio. O setor sofre com a queda da demanda no mercado interno após as medidas de isolamento social e com a desvalorização do petróleo no mercado internacional. Desde o início do ano, o preço do etanol hidratado em São Paulo acumula queda de 17%, segundo o indicador Cepea/Esalq.
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