Emater/RS-Ascar aponta quebra na produção de 20% no milho e 16,2% na soja
A estiagem no Rio Grande do Sul, que teve seu pico em janeiro, pode trazer consequências mais graves do que o esperado à produção de grãos. Levantamento da Emater/RS-Ascar indica que a quebra chega a 20% no milho e a 16,2% na soja.
Este foi o assunto do CBN Agronegócios desta terça-feira (3/3), transmitido direto da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). O cenário faz a Cotrijal, cooperativa que organiza a feira, ser cautelosa sobre os negócios superarem os R$ 2,4 bilhões da edição de 2019.
“Há produtores que já estão colhendo, e o resultado tem sido menor do que o esperado. Estamos conscientes de que isso traz problemas e muda o ânimo. Mas muitos negócios ainda vão ocorrer na feira, que é uma vitrine. Por isso, esperamos números semelhantes ao do ano passado”, analisa Enio Schroeder, vice-presidente da Cotrijal.
Números preocupantes
Apesar de esta ser considerada a quinta maior safra da história do Rio Grande do Sul, os números divulgados pela Emater-RS/Ascar são considerados preocupantes.
A área de plantio do milho no Estado, considerando a estimativa inicial e a área atual, teve aumento de 1,5%. Mas, devido à estiagem, a previsão é de uma quebra superior a 20% na média de produção e na produtividade.
A produção esperada para esta safra era de 5,9 milhões de toneladas e uma produtividade de 7,7 mil kg/ha, mas o levantamento mais recente da Emater/RS-AScar indica redução de 21% na produção (4,6 milhões de toneladas) e uma produtividade média de 5,9 mil kg/ha (queda de 22,3%).
No milho silagem, a redução da produção e da produtividade também foi de cerca de 20%. A expectativa de produção inicial era de 12,5 milhões de toneladas e a estimativa atual é de 9,9 milhões de toneladas, uma redução de 20,7%.
“Podemos ter ainda um agravamento dessa estiagem nos próximos dias, já que não há previsão de chuva”
Já no caso da soja, entre a expectativa inicial e a estimativa atual, a queda na produção de soja é de 16,2% nos mais de 5,9 milhões de hectares plantados. A projeção é que a cultura encerre a safra com produção aproximada de 16,5 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 10%.
Os efeitos da estiagem também afetaram outras culturas. Em comparação com a expectativa inicial e a estimativa atual, o feijão sofreu uma queda de 7,4% na produtividade e de 8,7% na produção. Já o arroz teve diminuição de 1,8% na área plantada e de 1,5% na produção.
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