Como é financiada a produção agrícola

No Brasil, existem várias formas de financiamento da produção agrícola, através de canais de financiamento com dinheiro público, financiamentos realizados por entidades financeiras particulares e, principalmente, o autofinanciamento da produção, ou seja, quando o produtor financia por conta própria a sua produção agrícola.

Apesar da vocação agropecuária e o grande potencial produtivo brasileiro, os incentivos governamentais, em forma de financiamentos, ainda são totalmente insuficientes para a demanda existente no País. Todos os anos, muito se fala sobre o orçamento do Governo Federal destinado ao financiamento da safra, além de acontecerem discussões polêmicas sobre o papel do Estado na produção agrícola. Entretanto, para os produtores rurais brasileiros, principalmente os pequenos e micros, um maior apoio do Governo nesta área é imprescindível para que haja um ganho de competitividade.

Como o volume de recursos destinados aos produtores rurais não é suficiente para financiar toda a produção agrícola, não há outra escolha para a maioria destes produtores rurais a não ser o autofinanciamento, ou seja, que estes indivíduos consigam, com recursos próprios, custear a sua safra. Desta forma, os produtores procuram otimizar seus resultados com maiores margens de lucro e optando, por esta razão, pelo cultivo de produtos destinados à exportação. Com a venda de produtos para o exterior, em moeda forte, a rentabilidade adicional acaba, em muitos casos, sendo suficiente para cobrir os custos do autofinanciamento da produção.

Em alguns casos, uma alternativa bastante viável para produtores que não disponham de recursos próprios nem consigam linhas de financiamento governamentais, é a formação de parcerias com indústrias que estejam interessadas na compra de determinados produtos agrícola. Podemos exemplificar da seguinte forma : uma determinada indústria que precise de grandes quantidades de laranjas, para a fabricação de sucos poderá, de acordo com suas necessidades, orçamento e disponibilidade de recursos, custear a produção de alguns citricultores, para que tenham a garantia de fornecimento e preço.

Para os pequenos produtores, existem linhas de crédito rural disponíveis no Banco do Brasil e bancos privados, que sejam agentes de repasse do crédito agrícola. O dinheiro do crédito rural vem de recursos do Tesouro Nacional e é emprestado com juros bem abaixo da média do mercado, sendo a melhor opção para os pequenos agricultores. Além dos recursos do Tesouro nacional, o crédito rural também possui recursos oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Quando o produtor rural não consegue ter acesso ao crédito agrícola e não dispõe de recursos, muitas vezes acaba procurando outras alternativas de crédito, como o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) ou mesmo o cheque especial. Por serem formas de crédito com elevadas taxas de juros, ou seja, o custo do dinheiro é muito alto, a produção agrícola, muitas vezes, acaba se tornando economicamente inviável.

Como uma boa alternativa para o custeio da produção e comercialização, o agricultor dispõe do sistema de venda antecipada da safra. Indústrias e tradings (empresas que comercializam a produção agrícola, tanto para compradores no Brasil quanto no exterior), para que possam garantir o fornecimento da safra, financiam o custeio da produção.

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8 de janeiro de 2020 10:33

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