Segundo o Ministério da Agricultura, de julho do ano passado a março de 2021, os produtores tomaram R$ 169,444 bilhões emprestados
Os produtores rurais contrataram R$ 169,444 bilhões em crédito rural nos nove primeiros meses da safra 2020/2021 (julho de 2020 a março de 2021), o que representa um aumento de 22% em comparação com igual período da safra anterior 2019/20 (R$ 139,398 bilhões). Os dados são do Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021, do Ministério da Agricultura.
Desse montante, R$ 90,77 bilhões foram destinados para custeio (aumento de 18%), R$ 53,39 bilhões para investimento (+43%), R$ 15,51 bilhões para comercialização (-3%) e R$ 9,77 bilhões para industrialização (+7%).
Conforme o balanço do ministério, as contratações de crédito rural realizadas pelo conjunto dos pequenos e médios produtores, no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) totalizaram R$ 47,1 bilhões, distribuídos em 1.311.710 operações.
Este foi o maior volume de recursos já observado em igual período de safras anteriores, informa o governo. No total contratado desses dois programas, houve um aumento de 11,2%, sendo 17% no Pronaf, e 5% no Pronamp.
Os demais produtores aumentaram acentuadamente sua demanda de crédito para investimentos (61%), sendo que para os pequenos e médios produtores se situou, respectivamente, em 8% e 0,2%.
As contratações totais de crédito rural aumentaram 26%. O aumento na utilização relativa de recursos em fontes não controladas teve crescimento de 32%, principalmente os provenientes da emissão de Letras de Crédito do Agronegócio – LCAs (30%) e os recursos livres (78%), em sua maior parte utilizados por grandes produtores.
No que se refere à utilização de recursos da fonte Poupança Subvencionada no crédito rural, a participação dos demais produtores foi de R$ 14,51 bilhões (43%) no custeio e de R$ 4,23 bilhões (42%) nos investimentos.
No âmbito dos programas de investimento, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), administrados pelo Ministério da Agricultura, os principais destaques, em valor contratado e respectivo aumento, foram o Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA): R$ 1,76 bilhão (62%), o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro): R$ 1,56 bilhão (27%), o Programa de Incentivo à Irrigação e à Produção em Ambiente Protegido (Moderinfra): R$ 747 milhões (112%) e o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop): R$ 597 milhões (151%).
O diretor do Departamento de Crédito e Informação, Wilson Vaz de Araújo, do Ministério da Agricultura, destacou no comunicado o crescimento de 30% na utilização de recursos das LCAs no crédito rural, do qual participa com 15%, se situando em R$ 26,14 bilhões.
Ele ressaltou, ainda, o elevado crescimento da demanda por crédito rural, notadamente para investimentos. “Isso resulta do bom desempenho do setor agropecuário, evidenciado pelo aumento de suas exportações em 2020 e no início de 2021, pela previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a atual safra 2020/21, 272,3 milhões de toneladas de grãos, aumento de 6%, e pela estimativa do Valor Bruto da Produção, que deverá atingir mais de R$ 1,0 trilhão em 2021”, conclui.
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