Despesca total da produção de camarões de água doce
A despesca total é feita seis meses após a colocação das poslarvas no viveiro, quando 50% ou mais dos camarões atingem o tamanho comercial. Nesta ocasião, fazemos a drenagem completa, capturamos todos os camarões, preparamos novamente o viveiro, tornamos a enche-lo de água e o repovoamos com novas poslarvas para, 6 a 8 meses depois ou mesmo antes, em certos casos, fazermos uma nova despesca. Em regiões mais quentes, podemos fazer até duas despescas totais por ano.
Esta operação de despesca total pode ser realizada de dia. Para isso, na noite anterior, providenciamos para que a água do viveiro vá baixando até atingir a metade do seu nível normal. A despesca deve começar bem cedo, ao amanhecer, para que termine antes do sol esquentar muito, pois isso pode prejudicar os camarões ou mesmo estragá-los, tornando-os impróprios para o consumo.
Para evitarmos esse problema, devemos dispor de um sistema ou maneira de esfriá-los imediatamente, logo após a despesca, colocando-os dentro de caixas de isopor com gelo picado ou moído, em geladeiras domésticas ou freezers. O melhor, entretanto, é que sejam colocados em câmaras frigoríficas, para o seu rápido esfriamento ou congelamento, quando for o caso, possibilitando a sua perfeita conservação.
Essa despesca também pode ser feita à noite. Para isso, soltamos a água do viveiro e ela, ao se escoar, forma uma correnteza que vai levando os camarões para o ponto de captura ou saída da água, que vai desembocar em uma cesta ou caixa de coleta, localizada neste ponto. Para acelerar a despesca e também aumentar o seu ritmo, iluminamos esse local de drenagem, fazendo com que os camarões sejam atraídos pela luz (footropismo positivo) e caiam dentro da cesta de captura.
Os camarões que permanecerem no viveiro, são capturados à mão. É aconselhável o uso de luvas grossas para lidar com os camarões. Essa medida é bastante importante, pois desta forma são evitados muitos ferimentos nas mãos das pessoas envolvidas na operação de captura dos camarões remanescentes.
Se compararmos a despesca total com a despesca parcial ou seletiva da produção de camarões, veremos que o procedimento mais simples é o da despesca total mas, em contrapartida, a despesca seletiva apresenta outras vantagens, como, por exemplo, uma produtividade maior por animal coletado. Isso ocorre porque, na despesca seletiva, são coletados somente os animais que já estiverem com tamanho e peso adequados para a comercialização. Os que ainda não estiverem “no ponto”, continuam nos viveiros, aguardando por uma despesca a ser realizada posteriormente.
Já na despesca total, apesar do processo ser bem menos trabalhoso, muitos camarões abaixo do peso e tamanho indicados para a comercialização, serão coletados, podendo haver uma perda considerável. Entretanto, para criações industriais maiores, a despesca total, muitas vezes, é a mais indicada, devido à grande quantidade produzida.
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