Clima nos Estados Unidos e Brasil e tensão entre chineses e norte-americanos são apenas dois dos pontos de atenção; veja análise completa
Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago perderam força na sexta-feira, 22. De acordo com a consultoria Safras, pesaram sobre as cotações o clima favorável ao plantio nos Estados Unidos e a tensão entre norte-americanos e chineses, o que pode levar a uma menor demanda por grãos dos EUA.
No Brasil, com as atenções voltadas ao clima nas regiões de safrinha e possível geada no começo desta semana, os preços ficaram estáveis no último pregão.
Mas o que vai ditar os preços do cereal na próxima semana? O analista Paulo Molinari, da Safra, diz quais devem ser os pontos de atenção de quem vai negociar. Confira:
- Faltam fatores positivos para alavancagem dos preços do milho na Bolsa de Chicago;
- Petróleo voltou a ter preço em alta, acima de US$ 30, mas agora se nota que o problema do etanol nos EUA não é preço, é demanda. Por isso, há necessidade da retomada da atividade para que o consumo de milho para etanol se recomponha;
- Dólar ainda forte mantendo as commodities sem força de alta;
- Safra norte-americana 80% plantada e com condições de fechamento do plantio até 30 de maio dentro da janela perfeita, fato que sugere potenciais altos de produtividade;
- Exportações dos EUA não deslancham apesar dos preços mais baixos em relação ao Brasil e Argentina. Sugestão de compras por parte da China no milho não se justificam, mas se ocorrerem serão apenas pontuais;
- Ainda sem um problema grave climático de curto prazo para os EUA de forma a modificar o ambiente de preços;
- No mercado interno, chuvas no Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai são a informação positiva da semana;
- Risco de geadas até junho ainda podem prejudicar em volume e qualidade a safra local;
- Mato Grosso iniciando colheita e já com pressões regionais de venda, o que começa desencontrar as informações de mercado que apontam 80% da safrinha do estado já comercializada;
- Brasil precisa se ajustar à exportação pois a meta é de 30 milhões de toneladas no ano ou mais, caso contrário as chances de altas de preços no mercado interno estarão limitadas;
- Preços a partir da segunda quinzena de junho se ajustarão aos níveis de porto;
- Foco é a exportação entre julho e setembro;
- Câmbio segue como variável fundamental tendo em vista as ainda poucas chances de altas no mercado internacional.
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