Milho safrinha: 45% das lavouras do Paraná estão em boas condições

No Paraná, os produtores rurais enfrentam a pior seca da história, segundo relatório elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), entidade vinculada à Secretaria de Agricultura do estado. “O Paraná está passando por uma das estiagens mais severas dos últimos 50 anos”, diz o diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Júlio Gonchorosky, no boletim reportado pela entidade.

Desde junho de 2019, o estado já enfrenta a estiagem, mas o cenário foi agravado nos últimos três meses, fevereiro a abril de 2020. Na primeira quinzena de maio, o volume de chuva foi praticamente inexistente em quase todas as regiões, com exceção do sudoeste, com média de 84 milímetros de chuva, mas abaixo da média histórica, ainda de acordo com o relatório do departamento.

Além de preocupar os agricultores, a ausência de chuvas já ocasionou perdas na produtividade das lavouras de milho segunda safra. Nesta terça-feira, 19, o Deral reduziu de 53% para 45% o índice de lavouras do cereal em boas condições no estado. O Paraná é o segundo maior produtor do grão na segunda safra. Na semana anterior, em torno de 36% das lavouras estavam em condições medianas e 11% em condições ruins. Atualmente, os números estão em 39% e 16%, respectivamente.

Em Mamborê, o produtor rural Lucas Carvalho explica que as chuvas registradas na última semana foram bem localizadas e ficaram próximas de 2 milímetros na sua propriedade. “A seca continua assolando a nossa região e já temos perdas na produtividade das lavouras de milho”, afirma o agricultor.

Em seu último reporte, o Deral estimou a produção de milho safrinha em 12,23 milhões de toneladas nesta temporada. A projeção representa uma queda de 8% em relação ao volume colhido no ciclo anterior, de 13,24 milhões de toneladas.

Ainda nesta terça-feira, a AgRural reduziu para 66,7 milhões de toneladas a produção de milho segunda safra no Centro-Sul por conta da falta de chuvas. De acordo com a consultoria, embora haja perdas em praticamente todas as áreas de produção, inclusive em Mato Grosso, a redução projetada é puxada pelo estado do Paraná.