Governo diz que tem insumos para vacinar toda a população e que logística irá atender até os locais mais afastados
A expectativa para o Plano Nacional de Imunização (PNI), previsto para ter início no dia 20 de janeiro, está fazendo o governo do Paraná se mobilizar para garantir pessoal, equipamentos e insumos para atender a população na capital e no interior. Segundo o governo estadual, já estão disponíveis agulhas, seringas, máscaras, luvas, aventais e algodão, entre outros itens, que estariam armazenados em dois pontos principais em Curitiba: o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) e o Ginásio de Esportes do Tarumã.
Entre agulhas e seringas, o Paraná contaria atualmente com 11 milhões de unidades em estoque, quantidade que vai saltar para 27 milhões com a compra de mais 16 milhões, em fase final de aquisição pela Secretaria de de Saúde. Segundo a pasta, o material garante as duas doses de vacinação de toda a população paranaense.
“Estamos prontos. Temos agulhas, seringas, mais de 1.800 pontos de vacinação e uma logística pronta para os imunizantes chegarem aos municípios. É um planejamento que está sendo construído há dias para que possamos começar a imunizar os paranaenses, assim que a Anvisa garantir a qualidade técnica de uma vacina”, afirmou o governador Ratinho Junior.
Ele destacou que a distribuição desse conjunto de material para as 22 regionais de Saúde do estado vai começar imediatamente. O transporte será feito por meio de quatro caminhões com baús refrigerados e monitorados por satélite e, se necessário, também por três aviões da Casa Militar do Paraná.
“Hoje, nós temos a capacidade de aplicar a primeira dose em toda a população do Paraná no mesmo dia. Foi tudo pensado e planejado para que o paranaense possa ser assistido de maneira rápida e perto da sua casa”, ressaltou o governador.
A estimativa é que o estado receba 100 mil dos 2 milhões de doses do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e pelo Laboratório AstraZeneca. As vacinas serão importadas do Instituto Serum, um dos centros da AstraZeneca para a produção da vacina na Índia, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No Paraná, de acordo com a Secretaria de Saúde, o grupo prioritário é formado por cerca de 90 mil profissionais da linha de frente do combate à Covid-19, 10 mil índios acima de 18 anos mapeados em comunidades isoladas de 30 municípios do estado e 10 mil idosos que vivem em asilos e casas de repouso.
“Conforme forem chegando as vacinas, vamos imunizando mais pessoas. Depende da aprovação da Anvisa. Ocorrendo isso, o Paraná começa automaticamente a vacinar”, disse o governador.
Estrutura
A estrutura paranaense para a vacinação contra o coronavírus conta ainda com 21 câmaras frias já adquiridas e outras 180 em processo de aquisição. Mais 31 câmaras frias para armazenamento serão compradas em parceria com o governo federal. O estado dispõe também de freezers para produção de gelo, equipamentos de ar-condicionado, contêineres refrigerados de 40 pés para armazenamento de 100 mil doses de vacinas, caminhões refrigerados para distribuição de imunizantes e a perspectiva de implantação de câmaras modulares para armazenamento de frios nas 22 regionais de saúde.
“A rede está montada. Tão logo a vacina chegue ao Paraná, vamos colocá-la rapidamente, em 48 a 72 horas, em todas as Regionais de Saúde”, afirmou o secretário da Saúde, Beto Preto.
Outro ponto destacado pelo secretário é que o Paraná conta atualmente com 1.850 salas de vacinação aptas para serem usadas, em estratégia com os municípios. A rede pode ser ampliada, se necessário. “Quem vai vacinar efetivamente são os municípios, mas todos serão atendidos. Pensamos no Paraná imunizado como um todo”, ressaltou Beto Preto.
Aviões
Nesta sexta-feira, 15, o governo paranaense apresentou parte da estrutura logística que será usada na distribuição das vacinas. Três aviões e um helicóptero serão incorporados à frota de caminhões para agilizar o transporte do imunizante para as 22 Regionais de Saúde, atingindo todo o estado. A intenção é garantir a aplicação da vacina nos paranaenses o mais rapidamente possível. O evento com a participação de técnicos da Saúde e da Casa Militar ocorreu no aeroporto do Bacacheri, em Curitiba.
De acordo com a Casa Militar, um novo avião, em fase final de aquisição pelo governo, será integrado ao sistema de imunização em até 30 dias. E, se necessário, a frota que atende a Segurança Pública também pode ser utilizada.
“Vamos usar a experiência adquirida no transporte de órgãos para transplante, em que o Paraná é referência, e também nos testes para a Covid. Só no ano passado foram 500 horas/voo, garantindo agilidade e rapidez”, destacou o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Welby Pereira Sales.
Ele ressaltou que o transporte para o interior será feito por meio de rotas aéreas, atendendo mais de uma Regional da Saúde por viagem. O planejamento é para que as aeronaves sejam usadas em deslocamentos maiores.
Com o ingresso das aeronaves, o tempo de deslocamento para que todos os municípios sejam abastecidos é estimado em 48 a 72 horas. “O helicóptero, por exemplo, pode ser utilizado para chegar em locais de difícil acesso”, disse. “Será um serviço de excelência, com a vacina chegando o mais rapidamente possível para a população”, acrescentou o chefe da Casa Militar.
O governador reforçou que a campanha seguirá os critérios adotados pelo Ministério da Saúde por meio do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, respeitando as doses que ingressarem no Programa Nacional de Imunização.
Segundo o planejamento federal, a previsão é que a vacinação dos grupos prioritários seja concluída no primeiro semestre de 2021.
Outros grupos populacionais também considerados prioritários, como professores, trabalhadores dos serviços essenciais (forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema de privação de liberdade), populações quilombolas, população privada de liberdade, pessoas em situação de rua e outros grupos serão contemplados na continuidade das fases, conforme aprovação, disponibilidade e cronograma de entregas das doses a serem adquiridas.
A estimativa do Ministério da Saúde é que sejam necessários 12 meses após o fim da etapa inicial para imunizar a população em geral.
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