Etanol foi mais competitivo em 49% dos municípios monitorados pela ANP em 2019, aponta estudo

Comparativo feito pela Solinftec indicou diferença de apenas seis centavos por litro no preço médio dos dois combustíveis no ano passado

Em 2019, a diferença média entre o custo de rodar com o mesmo carro abastecido a etanol ou gasolina foi de apenas seis centavos por litro. É o que aponta um estudo comparativo usando como base o carro mais vendido no ano passado e a distância média rodada pelos motoristas brasileiros, de 13 mil quilômetros. De acordo com o levantamento, o etanol mostrou-se mais competitivo em 48,7% dos 458 municípios com preços monitorados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“Geralmente, o que se faz é calcular a diferença de preço entre etanol e gasolina e multiplicá-la pelo ano todo. Neste caso, o que fizemos foi considerar a sazonalidade dos preços por município considerando o consumo de veículo padrão rodando a mesma quilometragem”, explica Guilherme Guiné, gerente de produto da Solinftec, empresa responsável pelo levantamento. Ele destaca que, embora na média nacional a gasolina tenha se mostrado 1,2% mais competitiva que o etanol, essa diferença ficou abaixo dos 4% a 5% normalmente apontados quando se considera a diferença entre a média de preços dos dois combustíveis.

“O problema do cálculo médio é que ele vai somando erros e não considera a sazonalidade do mercado e quem consome mais ou menos. Nesses cálculos, o preço em São Paulo tem o mesmo peso do preço no Piauí, onde, com certeza, a frota é menor”, explica Guiné. Por região, o etanol mostrou-se 4% mais vantajoso no Sudeste e 1,5% no Centro-Oeste. Nas demais regiões, a gasolina foi 9,6% mais competitiva na média dos Estados do Norte do país, 10,4% no Nordeste e 12,5% no Sul.

“A gente percebe que, dentro dos centros produtores, onde o custo de distribuição é menor, o etanol tende a ser mais vantajoso quando comparado a centros mais distantes. Isso mostra que a vantagem da gasolina não é necessariamente por uma diferença de desempenho, mas por política”, avalia o gerente de produto da Solinftec. Quando considerada a quantidade de vezes que o veículo padrão usado no estudo precisou ser abastecido, o carro movido a etanol realizou, em média, 2,6 visitas ao posto por mês ante 1,8 visita quando usando gasolina. Foram 31 abastecimentos com o primeiro no ano contra 22 com o segundo.

“Por coisa de seis centavos por litro, ou pouco mais de 50 reais por ano, o consumidor acaba optando por usar um combustível mais poluente com a falsa impressão de que ele rende mais que o etanol”, observa Guiné. A partir dos resultados da pesquisa, ele calcula que o Brasil teria emitido 64 milhões de toneladas de CO2 a menos caso tivesse adotado o etanol em 100% da sua frota, de 56,7 milhões de veículos – o equivalente ao consumo de 8 bilhões de árvores.

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10 de julho de 2020 11:58

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